Passados mais de trinta anos em que a Abordagem Triangular vigora no Brasil, é possível compreender alguns caminhos e contextos para os quais tem se direcionado o Ensino e Aprendizagem da Arte. Essa proposição teórica e prática criada e elaborada pela professora Ana Mae Barbosa vem sendo amplamente refletida e utilizada por professores de Arte, além de profissionais de outras áreas do conhecimento no Brasil e no exterior, tanto no ensino/pesquisa e extensão quanto em âmbitos não formais. No presente ensaio, buscaremos estabelecer algumas aproximações às ressonâncias geradas por práticas educativas cuja sistematização pedagógica faz referência aos aspectos reflexão e contextualização, dois dos pilares da Abordagem Triangular na e para a ação docente. Tais proposições apresentam aspectos sistêmicos no processo de ensino/aprendizagem, resultando na completude das suas premissas conceituais. Voltadas para a construção da consciência crítica e auto governativa, com vistas à formação ontológica e o desenvolvimento identitário e pleno do ser, pode-se afirmar que têm um caráter inter/multi cultural decolonizador e se encontram na gênese da Abordagem Triangular. Há expressões significativas em depoimentos da Professora Ana Mae Barbosa que transbordam, com generosa proposição didático/conceitual, acerca das concepções da Abordagem Triangular e suas inquietudes sobre suas apropriações, contextualizações ou (des) contextualizações. Como exemplo se pode citar as mais recentes discussões promovidas no lançamento da Revista INVISIBILIDADES #18, em 26 de outubro de 2023. Este evento se caracteriza como deflagrador de percepções das autoras, lançando olhares e aproximações acerca de contextos pedagógicos de algumas das suas ações, cujos elementos abrem espaços reflexivos na apropriação de conhecimentos e práticas artísticas junto a seus alunos e alunas.